
O investigador português Miguel Porto é um dos seis finalistas selecionados no desafio GBIF Ebbe Nielsen 2015, podendo, se vencedor da selecção final, receber um prémio final de 20 000 €. Ao segundo classificado será atribuído um prémio de 5 000 €, sendo que aos seis finalistas, selecionados pelo júri entre as 23 propostas submetidas ao desafio, foi já atribuído, pela passagem à fase final, um prémio de 1000 €. Os resultados finais serão apresentados na 22ª Assembleia Geral do GBIF, em Outubro de 2015, que decorrerá em Madagáscar.
O projeto apresentado por Miguel Porto, intitulado ecoSpace, desenvolve uma nova forma de visualização de dados de ocorrência de espécies. Esta aplicação web permite, de modo dinâmico, navegar pelas conexões entre espécies, numa rede estabelecida com base nas afinidades ecológicas e biogeográficas entre espécies determinadas a partir de variáveis bioclimáticas. Os nós da rede, representando espécies, podem sucessivamente ser selecionados, individualizando assim as afinidades com outras espécies, ou então pode-se acrescentar novas espécies enquanto nós da rede, e verificar quais as relações estabelecidas com as já estão presentes no gráfico. A selecção de cada nó é sempre acompanhada pela representação do mapa de densidade de ocorrências da respectiva espécie. A aplicação pode ser utilizada com dados em formato Darwin Core descarregados a partir do portal de dados GBIF, ou com os dados da Flora-on, que em breve serão publicados pela Sociedade Portuguesa de Botânica através do GBIF.
Os outros projectos finalistas selecionados são #myGBIF, por Tom August (Reino Unido); BioGUID.org, por Richard Pyle (Estados Unidos); GBIF dataset metrics, por Peter Desmet, Bart Aelterman e Nicolas Noé (Bélgica); GBIF Soundscape, por Ben Raymond e Peter Neish (Austrália); e Wallace, por Robert P. Anderson, Matthew Aiello-Lammens, Bob Muscarella, Bruno Vilela e Jamie Kass (Estados Unidos, Dinamarca e Espanha).
"A minha maior esperança para o Desafio era de que a comunidade dedicada à biodiversidade iria responder com submissões inovadoras, ou até inesperadas", disse Roderic Page, Presidente do Comité Científico do GBIF. "As minhas expectativas foram excedidas", concluiu.
O Desafio GBIF Ebbe Nielsen substitui o habitual prémio Ebbe Nielsen, atribuido até 2014, do qual foi já vencedor em 2013 outro investigador português, Miguel Bastos Araújo (ver notícia). Este desafio tem por objetivo inspirar os cientistas, informáticos, modeladores de dados, cartógrafos e outros especialistas a inovar e criar novas aplicações na área dos dados de biodiversidade de livre acesso. Os finalistas serão agora convidados a melhorar as suas submissões que serão avaliados numa segunda fase para a atribuição final do primeiro e segundo prémios.
Para mais informações ver aqui.