O estado de informatização das colecções em Portugal

O inquérito do projecto Biocase (http://www.biocase.org), projecto financiado pela UE em que Portugal participou) foi adoptado e adaptado pela comunidade nacional no Workshop de Braga, tendo sido preenchido pelas instituições no Verão de 2006. Os resultados obtidos permitem traçar o perfil das colecções portuguesas, em relação ao número de espécimes conservados e quantidade de dados informatizados.
Com base nas 94 colecções registadas, existe um total de aproximadamente 2,4 milhões espécimes, a maioria (67%) do domínio vegetal (Tabela 1). Apenas 10% dos registos se encontram em base de dados, sendo que para o domínio microbiano, cerca de metade dos registos já se encontram informatizados.

Tabela 1. Número de registos em colecções biológicas das instituições nacionais, dados informatizados e sua percentagem, conforme resultados o inquérito Biocase realizado no Verão de 2006.

 

colecções

Nº espécimes

Dados informatizados

% dados informatizados

Animal

28

762051

61489

8%

Vegetal

52

1628091

162161

10%

Microbiano

14

19250

9151

48%

Total

94

2409392

232521

10%

 

A percentagem de informatização das colecções nas diferentes instituições é, naturalmente, variável, mas em geral, a maioria das colecções tem menos de 50% dos registos digitalizados (Figura 2). Apenas no caso do domínio microbiano se verifica que metade das colecções têm mais de 50% da informatização realizada. Constata-se, no entanto, que são as maiores colecções que apresentam as menores taxas de informatização, o que tem como consequência que 92% do total de espécimes das colecções nacionais se encontrem em instituições com menos de 25% da informatização concluída. Esta situação é verificada, em particular, nos domínios animal e vegetal.

Em baixo apresenta-se a lista completa de instituições, colecções e respectivos dados de número de registos, percentagem de informatização, e número de registos informatizados por ano.

Image

Figura 1. Número de colecções e percentagem do total de espécimes das colecções classificadas quanto ao nível de digitalização. A classificação é feita quer para o total das colecções (secção da esquerda), quer para os diferentes domínios (secção da direita).  

Destes resultados pode concluir-se que o património português em colecções biológicas está suficientemente identificado e quantificado, muito embora insuficientemente informatizado. Essa falta, sendo grave no sentido da verdadeira preservação do valor patrimonial é também a falta que, ao ser suprida, permite resolver a questão da inserção de Portugal na GBIF, dando o principal passo na disponibilização da informação sobre a diversidade biológica.

 

Lista de instituições, com o número de registos acumulado, e respectiva percentagem de dados informatizados.

 

Organização

Domínios

Nº Esp.

%Dados BD

AVG

A

3000

10

ESAB

A, V

28200

28

FCUP

A, M, V

172616

41

GOVREGMAD

V

23194

25

ICNB

A

500

90

IICT

A, V

392060

4

INETI

M, P

501030

5

INIAP

A, M, V

206991

13

INSA

M

1993

52

ISA

V

106500

12

MNHN

A, V

294100

15

UA

V

15000

10

UALG

A, V

3700

0

UC

V

643000

2

UE

V

5000

0

UM

A, M, V

4815

85

UTAD

A, M, V

7693

39

Total

 

2409392

10

 Domínios: A - animal; M - microbiano; V - vegetal; P - paleontológico

Instituições

 

AVG

Aquário Vasco da Gama

ESAB

Escola Superior Agrária de Beja

FCUP

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

GOVREGMAD

Governo Regional da Madeira

ICNB

Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade

IICT

Instituto de Investigação Científica Tropical

INETI

Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação

INIAP

Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas

INSA

Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

ISA

Instituto Superior de Agronomia

MNHN

Museu Nacional de História Natural, Universidade de Lisboa

UA

Universidade de Aveiro

UALG

Universidade do Algarve

UC

Universidade de Coimbra

UE

Universidade de Évora

UM

Universidade do Minho

UTAD

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

 Nota: a lista detalhada de colecções está disponível no documento do Plano de Acção